quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mais sobre o segundo dia do Seminário...

Ana Luíza Bicalho, da equipe de comunicação colaborativa

No sábado (28), o assunto discutido no debate foi “Desafios de uma política pública para formação de gestores culturais”. A mesa contou com as participações do coordenador geral de Projetos e Articulação do Pensar e Agir com a Cultura, José Márcio Barros, a consultora em Políticas Culturais, Isaura Botelho e a especialista em Planejamento e Gestão Cultural, Maria Helena Cunha”.

Maria Helena Cunha falou sobre a necessidade imediata de uma política de formação de gestores culturais. “A gestão cultural é uma profissão relativamente nova e muito carente de formação em todos os setores: públicos e privados. O maior desafio é possibilitar essa formação em âmbito nacional. É um processo educativo e não só profissional”. O exemplo de formação usado pela especialista foi o Sistema Nacional de Capacitação do México, realizado entre 2001 e 2007 que possibilitou a formação de 21.789 gestores culturais.

Isaura Botelho também abordou a necessidade da formação dos gestores. Ela usou como exemplo o curso de formação de gestores culturais, realizado na Bahia, estado com poucas secretarias específicas para a área cultural. Segundo Botelho o curso possibilitou o fortalecimento da perspectiva da cultura como direito. “Melhor momento do curso foi o diagnóstico final de cada município feito pelo representante municipal. Isso possibilitou ao gestor conhecer melhor a cultura da sua cidade e região. Momento muito rico”.

José Márcio Barros falou sobre o modelo de gestão compartilhada do Sistema Nacional de Cultura que tem como objetivo a promoção do desenvolvimento humano, social e econômico e como princípios a cooperação, autonomia, descentralização e transparência. . Segundo Barros, o desafio para a formação dos gestores culturais é desencadear um processo que expresse unidade e respeite a singularidade frente a tantas diferenças. “O processo exige um pacto dos atores. A implantação do SNC não é produzir um curso aqui é ali. É um planejamento constante. O SNC não pode ser pensado como sistema puro. Precisa de base jurídica para a sustentação”.

Após as exposições da mesa, o público presente e os seguidores do twitter @observatoriodc fizeram perguntas para os componentes da mesa.

Qual a identidade cultural de Minas Gerais?
José Márcio Barros: É difícil definir. Falta exercício contínuo dos gestores culturais. Os gestores têm que entender de políticas públicas e economia da cultura. É preciso de respostas a demandas existentes e não só políticas de gabinete. Tem que entender a economia da cultura. Isso não é só em Minas Gerais. É no Brasil. Por isso temos que caminhar. É necessária a formação.

Quais as mudanças após o projeto realizado no México? O modelo usado no México serve para o Brasil?
Maria Helena Cunha: O relatório final do projeto apresenta o processo da avaliação dos participantes, mas não estudo do impacto após o curso. Temos que ressaltar que as parcerias com as universidades mantiveram cursos de formação e o aumento do interesse dos jovens pela área cultural. Podemos aprender com a experiência do México embora as realidades são diferentes. Temos que trabalhar com as características locais.

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