quarta-feira, 8 de setembro de 2010

8 anos de política pública cultural

Ana Torga, jornalista e integrante da equipe de comunicação colaborativa

“Espero que nós possamos realizar duas coisas: primeiro, refletir sobre as temáticas permanentes e atuais, discutir política cultural é algo permanente. Segundo, discutir o que fizemos nos últimos 8 anos, no momento em que se encerram, seja com continuidade ou com mudança, dois processos de governo, no nível federal, Lula, e no nível estadual, governo Aécio. Acho que é um bom momento para a gente olhar para estes 8 anos e pensar ‘onde é que nós avançamos?’, ‘onde é que nós não saímos do lugar?’ e ‘se por ventura, em algum aspecto, nós andamos para trás nos últimos anos?’. Acho que é um momento importante, um momento de refletir criticamente, de reconhecer os avanços, de estabelecer uma leitura crítica sobre daquilo que poderia ter sido melhor”, disse José Márcio Barros, coordenador do Programa Pensar e Agir com a Cultura, durante a abertura do Seminário.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mais sobre o segundo dia do Seminário...

Ana Luíza Bicalho, da equipe de comunicação colaborativa

No sábado (28), o assunto discutido no debate foi “Desafios de uma política pública para formação de gestores culturais”. A mesa contou com as participações do coordenador geral de Projetos e Articulação do Pensar e Agir com a Cultura, José Márcio Barros, a consultora em Políticas Culturais, Isaura Botelho e a especialista em Planejamento e Gestão Cultural, Maria Helena Cunha”.

Maria Helena Cunha falou sobre a necessidade imediata de uma política de formação de gestores culturais. “A gestão cultural é uma profissão relativamente nova e muito carente de formação em todos os setores: públicos e privados. O maior desafio é possibilitar essa formação em âmbito nacional. É um processo educativo e não só profissional”. O exemplo de formação usado pela especialista foi o Sistema Nacional de Capacitação do México, realizado entre 2001 e 2007 que possibilitou a formação de 21.789 gestores culturais.

Isaura Botelho também abordou a necessidade da formação dos gestores. Ela usou como exemplo o curso de formação de gestores culturais, realizado na Bahia, estado com poucas secretarias específicas para a área cultural. Segundo Botelho o curso possibilitou o fortalecimento da perspectiva da cultura como direito. “Melhor momento do curso foi o diagnóstico final de cada município feito pelo representante municipal. Isso possibilitou ao gestor conhecer melhor a cultura da sua cidade e região. Momento muito rico”.

José Márcio Barros falou sobre o modelo de gestão compartilhada do Sistema Nacional de Cultura que tem como objetivo a promoção do desenvolvimento humano, social e econômico e como princípios a cooperação, autonomia, descentralização e transparência. . Segundo Barros, o desafio para a formação dos gestores culturais é desencadear um processo que expresse unidade e respeite a singularidade frente a tantas diferenças. “O processo exige um pacto dos atores. A implantação do SNC não é produzir um curso aqui é ali. É um planejamento constante. O SNC não pode ser pensado como sistema puro. Precisa de base jurídica para a sustentação”.

Após as exposições da mesa, o público presente e os seguidores do twitter @observatoriodc fizeram perguntas para os componentes da mesa.

Qual a identidade cultural de Minas Gerais?
José Márcio Barros: É difícil definir. Falta exercício contínuo dos gestores culturais. Os gestores têm que entender de políticas públicas e economia da cultura. É preciso de respostas a demandas existentes e não só políticas de gabinete. Tem que entender a economia da cultura. Isso não é só em Minas Gerais. É no Brasil. Por isso temos que caminhar. É necessária a formação.

Quais as mudanças após o projeto realizado no México? O modelo usado no México serve para o Brasil?
Maria Helena Cunha: O relatório final do projeto apresenta o processo da avaliação dos participantes, mas não estudo do impacto após o curso. Temos que ressaltar que as parcerias com as universidades mantiveram cursos de formação e o aumento do interesse dos jovens pela área cultural. Podemos aprender com a experiência do México embora as realidades são diferentes. Temos que trabalhar com as características locais.